A floresta que nos resta.

Ao longo dos últimos meses temos percorrido grande parte do município de Brasópolis e o observado através das novas imagens disponibilizadas via internet pelo Google Earth. Pudemos notar mais claramente o quanto a paisagem do município é desfavorável a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade local. Assim como em toda a parte do território brasileiro coberto por Mata Atlântica, em Brasópolis a cobertura vegetal remanescente está toda fragmentada, com diversas manchas esparsas de floresta o que mantém isoladas as populações vegetais e animais que ainda habitam tais ambientes. As nascentes, matas ciliares e matas de topo de morro no município estão degradadas e desconexas, impedindo que as mesmas exerçam sua importante função de manutenção de recursos naturais como água e solo.

O projeto “De Olho nos Olhos” tenta trazer para o município uma nova forma de olhar para a propriedade rural onde a manutenção da mata nativa em determinados locais não significa perda de área cultivável e sim cuidado com os componentes principais destas propriedades: o solo e a água. Sem eles nada se produz, nada se cria. A manutenção de uma parcela de área florestada na propriedade rural é de importância tal que a legislação brasileira desde 1965 obriga que toda propriedade tenha 20% de área de reserva florestal, a chamada Reserva Legal. Infelizmente o estado ainda não está equipado para exigir o cumprimento destas leis.

O Grupo Dispersores procura viabilizar novas propostas que permitam levar para todo o município os benefícios concedidos aos produtores do bairro Alegre de Cima através do projeto “De Olho nos Olhos”. Interessados em proteção e recuperação de áreas como as acima citadas podem entrar em contato conosco para integrar o nosso cadastro. Estes certamente terão prioridade no momento de implantação de novas propostas.

Autor: Diego de Noronha Assini

Artigo publicado no jornal “Brazópolis”, edição de Março de 2008.