Sustentabilidade

Em dias onde o acesso a recursos naturais como água, solo, madeira, matas virgens, entre outros, torna-se cada vez difícil devido à super exploração e ao descaso com a manutenção dos mesmos, o termo sustentabilidade vem se incorporando ao vocabulário cotidiano da população e é exatamente sobre este termo que estaremos tratando este mês.

Podemos classificar uma atividade como sustentável quando a mesma é planejada e posta em prática de forma a garantir que os recursos envolvidos sejam utilizados de forma racional, evitando desgastes excessivos. Sob esta perspectiva também devemos tratar os recursos humanos envolvidos, atentos para o fato de que o bem estar social e ambiental são inevitavelmente dependentes. Podemos chamar de insustentáveis atividades que comprometem a quantidade ou a qualidade de recursos presentes no ambiente, sendo a ocorrência deste segundo gênero muito maior que a do primeiro.

Tomemos como exemplo o turismo. O controle do número de pessoas e a manutenção dos diversos atrativos são essenciais para que a atividade seja sustentável. Um local super-explorado em pouco tempo perde sua beleza e passa a ser visto como uma localidade degradada e sem atratividade. Outro bom exemplo pode ser encontrado nas diversas atividades agrícolas onde os ciclos de descanso do solo e rotação de culturas, quando respeitados, trazem sustentabilidade para a lavoura, evitando o esgotamento do solo, repondo nutrientes utilizados pelos diferentes cultivos.

Como último exemplo, podemos citar o uso da água. Não só em nossa cidade como na maior parte das aglomerações humanas, os recursos hídricos por muito tempo foram utilizados sem que as devidas medidas que garantiriam sua conservação fossem tomadas. Hoje este quadro se encontra em fase de mudança por conta de pressões de natureza político-econômicas e também por questões de saúde pública. A preservação das nascentes, cabeceiras dos rios e matas ciliares, o tratamento de esgotos e a educação da população para o uso do recurso são quesitos básicos para o consumo racional da água. Sem estes, seu uso torna-se insustentável e mais cedo ou mais tarde problemas de escassez tendem a se tornar freqüentes como já vem ocorrendo em diversos locais, principalmente nas grandes cidades. Como ainda não temos qualquer sistema de tratamento de água em nossa cidade, devemos evitar ao máximo o despejo de resíduos como óleos, agentes químicos, entulho, ou qualquer tipo de resíduo, tanto no sistema de esgotos quanto diretamente no rio.

Como membros de uma comunidade devemos buscar a sustentabilidade de nossos recursos assumindo uma postura mais consciente diante de nossas atividades cotidianas. Podemos começar reduzindo a quantidade de lixo gerado em nossa casa. Como? Antes de tudo, evitando o uso de descartáveis e aproveitando ao máximo todo material antes de descartá-lo. O que não pudermos aproveitar, devemos condicionar de forma adequada, separando reciclável do não reciclável, a fim de colaborar com o serviço de coleta seletiva da cidade. Reduzindo a quantidade de lixo gerado em nossas residências ajudamos a prolongar o tempo de vida útil de nosso atual aterro, evitando a abertura de outro, poupando assim o meio ambiente.

Qualquer forma de desperdício prejudica as possibilidades de alcance da sustentabilidade. Devemos policiar nossa comunidade aconselhando e denunciando aqueles que fazem uso de práticas prejudiciais ao meio. Novamente lembramos que somente atuando em conjunto podemos nos aproximar de um desenvolvimento sustentável e conseqüentemente melhorar a qualidade de vida em Brasópolis.

Autor: Diego de Noronha Assini

Artigo publicado no jornal “Brazópolis”, edição de Maio de 2006.