A festa das sacolinhas.

Quem não tem em casa aquele cantinho repleto de sacolinhas de supermercado que, por mais que usemos, nunca sem esgotam? Pesquisas mostram que cada brasileiro recebe dos supermercados uma média de 66 sacolas plásticas por mês. É um volume muito grande de plástico que amplia ainda mais as estatísticas do desperdício no Brasil. O hábito de se munir de sacolas a cada ida ao supermercado é mais um sintoma da febre consumista instalada em nossa sociedade a qual faz com que as pessoas acumulem objetos que, em algum momento de suas vidas (mesmo que distante), poderão servir para algum propósito. As famigeradas sacolinhas realmente tem sua utilidade, não podemos negar, principalmente no que diz respeito ao acondicionamento do lixo domiciliar (aproveitando para lembrar que a separação dos recicláveis continua firme em Brasópolis), mas se elas estão se acumulando pelos cantos de nossas casas, é sinal de que às estamos adquirindo além de nossas necessidades. Em Brasópolis são enviados mensalmente para reciclagem pelo projeto Prolixo 520 quilogramas deste tipo de plástico. Considerando que uma grande parte deste material ainda vai para o aterro municipal por chegar muito suja à usina de triagem de recicláveis, podemos dizer seguramente que todos os meses passam pela usina mais de 100.000 sacolinhas de supermercado. Sabemos que o processo de produção de todo material sintético envolve o consumo de recursos naturais como água, petróleo, minerais diversos, dentre outros, e que contribuindo com o consumo excessivo destes materiais, estamos contribuindo com a exploração também excessiva dos recursos naturais. Assistimos todos os dias pela tv os resultados da exploração desenfreada destes recursos que já chegou ao ponto de alterar o clima do planeta. Com algumas mudanças de hábito podemos deixar de contribuir com a degradação ambiental ligada a produção e consumo deste material. Como era costume há alguns anos atrás, podemos usar bolsas não descartáveis trazidas de casa para fazer nossas compras. Podemos também aderir às propostas de separação de nosso lixo em reciclável e não reciclável, permitindo desta forma que um maior volume de plástico chegue ao galpão de triagem com condições de ser enviado para a reciclagem. Descartar hábitos antigos e assumir nova postura é necessário se queremos nos integrar à dinâmica que impõe ritmo à sociedade moderna. Mudemos, e mudemos sempre pra melhor.

Autor: Diego de Noronha Assini

Artigo publicado no jornal “Brazópolis”, edição de Outubro de 2007